Chegamos ao arcano quatro. O arcano do Imperador. Esotericamente falando, o quatro é o número da matéria e o Imperador nos convida a entender e aprender a lidar com este plano. Ele ensina que é este mundo que serve de apoio para que possamos avançar para outros mundos e dimensões.
Precisamos entender que não é assumindo uma postura contra a matéria, nem excessivamente por ela, que vamos conseguir avançar para a maturidade do autoconhecimento.
Há pessoas que são exímios realizadores, bons em seguir regras, na organização, disciplina, em estabelecer metas e alcançá-las, mas ficam presas a uma realidade racional demais, materialista demais. Conseguem construir uma carreira onde têm um bom emprego e um bom salário, têm acesso a um mundo de benefícios e alta qualidade de vida. Vivem para isto, mas em determinados momentos se sentem vazios. Ou nem chegam a entrar em contato com o vazio, vivem acreditando que ser feliz é poder ter coisas, viajar, sentir prazer. Passam a vida acumulando ou buscando o prazer. Esses estão tão inebriados que nem pensam que pode ser diferente.
Aos que sabem realizar e vivem a vida, encarando o sistema que o homem criou dentro da lógica que ela propõe, buscando tirar o melhor das oportunidades, parabéns! Mas é preciso ir além. Entender a importância do mundo a nossa volta e agir de uma forma lógica e racional, é bom. Mas é apenas um ponto de partida.
O arcano ensina que a prática é fundamental e resolver questões básicas como saber dar a palavra e cumpri-la, poder pagar suas contas e definir uma profissão, um saber, que lhe ajude a viver dignamente neste mundo, tudo isso é importante e tem a ver com o aprendizado do Imperador. Contudo, ele vai além e pede para que nós possamos nos construir, não só saber construir fora, mas chegar ao “vir a ser” da Alma. Esta é a única realização que importa e que não devemos esquecer, nem adiar. Só a partir daí, desta realização interior, quando aprendemos a lidar com reações como o orgulho, o ciúme, a inveja, entre outros sintomas do egoísmo, é que podemos nos tornar senhores do nosso próprio castelo interior e reencontrar a nobreza perdida pelo nosso ego.
Quando sabemos dizer quem somos aqui e qual é o propósito de nossa vida, alcançamos um nível maior de nós mesmos e de fato compreendemos o que quer dizer o Imperador. #realeza #rei#castelo #ego #mordomo #alma
Mas é importante lembrar que como ter uma visão APENAS espiritualista da vida, negando a matéria, é experimentar o outro extremo do materialismo. Imagine que Espírito e Matéria são uma linha, num extremo está o espírito e no outro a matéria. O materialista, em sua maioria, nega o espírito, as razões que não partem do plano da lógica e da própria razão. Na outra ponta, há espiritualistas que negam a matéria. A importância de vivermos e entendermos o mundo aqui e as escolhas que faremos para o nosso bem, ou para o nosso mal. Se considerarmos a matéria o mal deixamos de integrar uma parte da nossa vida e da criação do Absoluto. Assim como desprezar o espírito é tirar da própria vida o brilho da imaginação.
Afinal, quem imagina onde está e como seria a Alma, senão uma parte de nós ligada ao espírito? Pensando na Alma e nos voos místicos que ela nos proporciona, lembro dos antigos egípcios que nos seus papiros grafavam a alma como um pássaro.
Desta forma o Imperador nos alerta: nem tanto o espírito, nem tanto a matéria, mas é preciso encontrar o ponto do meio, sem perder de vista que é importante exteriorizar as realizações interiores.
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