“Estás disposto a ser suprimido, apagado, extinto, transformado em nada? Estás disposto a transformar-se em nada? Se não estiveres, nunca mudarás de fato”.
Esta provocação foi feita pelo escritor inglês D.H.Lawrence, aquele que ficou famoso por livros como O Amante de Lady Chatterley e Mulheres Apaixonadas, entre outros. Livros que questionavam uma época e as mudanças que essa época implementava nas aristocracias e nas hierarquias estabelecidas. O que essas mudanças estava causando nas pessoas. A provocação de Lawrence serve como uma luva em todo processo de conscientização expresso e pedido pelo Tarot.
Alguns aspectos do ego no processo de elevação espiritual precisam ser abandonados, realmente apagados, transformados, ainda que a Kabalah e o Tarot, não falem de eliminar o ego, como outras filosofias acreditam ser preciso. Contudo, fazer algumas transformações, por si só, já requerem muita vontade e disposição.
Entre esses aspectos que precisam ser transmutados ou largados, estão o desejo de controle, de manipulação, os apegos, a raiva por sermos contrariados em nosso desejo, o orgulho, a dificuldade de avançarmos em direção ao inesperado, sem medo. Esses são alguns pontos que precisam e devem ser encarados.
Em relação ao novo, precisamos lembrar que a surpresa, a novidade e as mudanças são normalmente para o bem, ainda que até chegar no bem, tenhamos que viver momentos de dor. Todavia, viver a dor e o sofrimento é sempre uma opção de cada um. O crescimento, ainda que gere alguma dor, não precisa do sofrimento a “tira colo”.
Afinal, quem nunca sentiu aquela dorzinha na perna numa fase da vida em que ainda se está crescendo, saindo da infância para a adolescência? Assim também acontece com o crescimento interior. Há pequenas dores no processo. Mas não precisa haver o sofrimento. A dor tem a ver com um ferimento que você sente arder, coloca remédio e sabe que é uma questão de tempo acontecer a cura.
Imaginem uma cena. Uma pessoa com uma unha encravada vai no médico e ele diz que precisa tirar a unha para poder medicar. Ela concorda e fecha os olhos. Logo em seguida começa a gritar, chorar e se debater dizendo que o médico está sendo muito violento com a ferramenta. Está doendo demais! O médico manda ela abrir os olhos e ela vê que ele nem começou o procedimento. Esta tudo do mesmo jeito.
Sofrer é se lamentar, remoer, reclamar e dramatizar excessivamente o que se está vivendo.
Na vida concreta, ninguém fica (ou deveria ficar) reclamando dias porque cortou o dedo quando fazia a salada. Desta forma, também deve ser quando enxergamos um aspecto que precisa ser modificado ou descartado do ego. Doi, mas as lamúrias e o drama sobre “quão feio” é o aspecto ou “quão difícil” será cortá-lo, “quanta dor” iremos sentir, não é produtivo e só impede o fluxo do crescimento.
Mas sim, a maioria de nós escolhe o sofrimento.
No entender da Kabalah, tudo são escolhas. Escolhas do nosso ego ou da nossa Alma. E, absolutamente tudo, tem um propósito. Acreditem, por pior que seja a situação e mais dolorosa que seja. Sei que no meio da experiência, às vezes, é difícil aceitar que se escolheu isso ao invés daquilo, e é difícil acreditar que existe algum bem em certas experiências. Mas a Mãe Vida é boa. A Mãe Vida é apenas um dos aspectos do próprio Criador… Uma das formas de pensar nela é como o Espírito Santo da trindade cristã. Então, o que eu estou dizendo é que o Criador é bom e só quer o nosso bem. Além disso, a criação da realidade faz parte de nossas escolhas, feitas no presente, no passado e de nossas expectativas frente ao futuro.
Acreditem e busquem o propósito.
E o propósito é sempre na direção do crescimento e do amor, nunca na direção de nos dizer que somos incapazes, maus ou não merecedores. Procurem que tem um significado mais profundo para cada evento substancial de nossa vida.
Então, estão dispostos?! #dhlawrence
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