O poder, o prazer, o dinheiro e o sexo andam de mãos dadas. É como se todos tivessem a mesma vibração. É possível que se você tem problemas com um, provavelmente, terá problemas com os outros. Cada um deles pode ser útil e é necessário na sociedade em que vivemos, mas em desarmonia e juntos constroem uma espécie de jogo de perdição.
Como um saco sem fundo onde quem tem poder, sexo, prazer ou dinheiro, sempre quer mais. Podemos ter o cardápio todo, ou só um dos itens e nos apegar a ele como um vício. Pensando nesse vicio… o poder estabelece jogos cujo objetivo é o dinheiro e o prazer; o prazer leva ao sexo e a gula; o sexo nos faz voltar ao poder, recomeçando o ciclo. Onde quer que exista poder, pode haver uma disputa egóica.
A nossa civilização está construída num sistema que é o maior exemplo desse ciclo vicioso. Ele estimula a competição e os jogos e constrói um dos mais famigerados trituradores de almas. Ele exarcerba os egos. Seduz pelos olhos, pelo olfato, tato, paladar, pelos ouvidos. Seduz com conforto e com a ideologia. Orquestra verdadeiras guerras para manter legiões em lados contrários, quando no final das contas nada é verdade.
Não existe lado, nem o contrário, apenas a ilusão. Neste arcano, estão todos os jogos de interesses e as disputas pela razão. O ensinamento é de que a racionalidade excessiva está a serviço da matéria, e a matéria é uma ilusão que precisamos entender e saber lidar, senão seremos escravos dela.
A imagem acima é um pôster do filme “Advogado do Diabo”, com Al Pacino, Charlize Theron e Keanu Rives. Na história, um advogado que nunca perdeu um caso é seduzido pelo poder. É como se o filme dissesse: não há moral ou verdade na seara deste arcano, toda lei pode ser modificada, de acordo com a necessidade da ocasião.
Para fechar… Há uma música de Caetano Veloso, “Sampa”, onde ele descreve “a força da grana que ergue e destrói coisas belas”. Fala de uma cidade, mas também de uma proposta de vida, onde o trabalho é levado à exaustão, e a diversão distrai os incautos. O trabalho excessivo embota a mente. E a mente se distrai nas horas vagas com a ilusão… e, enquanto isso, não pensamos nas coisas belas que vão sendo destruídas…
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