Muito se questiona qual o órgão mais relevante do corpo. Sabe-se que vários, ao serem retirados, podem fazer definhar o organismo. Contudo, para além do organismo físico, a que se perguntar: onde fica a nossa consciência, a consciência de quem nós somos?
Hoje existe uma tendência a dizer que nossa identidade está no cérebro, é lá que muitos consideram que está a consciência do Eu.
Todavia, os antigos apontavam o coração como centro de consciência. Na Torah, Ezequiel fala de um coração inteligente. O termo também aparece em vários textos kabalistas. Os sábios do Antigo Egito também ensinavam que o coração era o centro.
Pode-se argumentar que não é o coração, já que o coração é transplantado e as pessoas não deixam de ser quem são, ainda que possam até viver algumas transformações, não há uma perda de identidade real.
Mas e se os antigos não estivessem falando do coração físico, mas de um coração espiritual?
Os egípcios dividiam a alma em 14 pedaços e diziam que uma parte da Alma era representado pelo coração. Era o coração que seria colocado numa balança no julgamento do morto para ter pesada suas ações, pensamento, sentimento e intenções. A intenção era saber se a aquela pessoa tinha vivido segundo a verdade da sua consciência…
No ritual do embalsamamento, o coração era separado do corpo. Tudo, apesar de ser feito fisicamente, também era simbólico… Pensando desta forma, o coração físico seria apenas um pálido reflexo do espiritual, de quem recebe a vida e os impulsos dos planos superiores. Talvez por isso tenhamos no nosso imaginário coletivo a visualização do coração como algo tão cheio de significado.
Entendo que a hierarquia máxima, que é a Alma, habita um coração imaterial, de onde emana a força vital e o propósito de vida. Desta forma, nem é o cérebro, racional, lógico, intelectual, nem a emoção ou sentimento, preso aos medos e inseguranças, e excessivamente identificado com esse mundo e essa vida, quem é a consciência máxima.
Essa consciência, a hierarquia no corpo e na vida, é aquela força única, capaz de ouvir o que dizem as estrelas. Uma força benevolente. No final das contas, Alma é um imenso coração! Esse coração permite que o ego leve o tempo que precisar realizando seus desejos, até que possa e esteja pronto para lhe escutar e atender ao SEU chamado INTERIOR.
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